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Vida de Bigger: Melissa Pereira

  • Melissa Pereira
  • 24 de abr.
  • 4 min de leitura

No artigo desta semana, Melissa Pereira, Desenvolvedora BDC, compartilha sua jornada pessoal e profissional na tecnologia, destacando os desafios enfrentados como mulher em um campo predominantemente masculino. Desde sua paixão por jogos na infância até sua carreira em dados, ela reflete sobre os obstáculos relacionados ao machismo e a importância de perseverar. Ao celebrar suas conquistas, Melissa inspira outras mulheres a acreditarem no seu lugar na tecnologia e a continuarem a lutar por igualdade e representatividade. Boa leitura!




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Oi gente! Sou a Melissa, tenho 25 anos e sou carioca (não da gema, mas quase!), aqui na Big, eu integro o time de Metadados como Analista de Desenvolvimento. Hoje eu tô aqui para contar um pouco para vocês sobre a minha trajetória, e falar um pouco sobre como eu enxergo o mundo das mulheres na tecnologia a partir da minha vivência.


Minha história com a tecnologia vem desde bem cedo, ainda criança, com os famosos videogames. Sempre fui muito ligada a jogos e dentro de casa a influência era grande. Cresci “chorando” por todos os consoles existentes possíveis e fazia de tudo para economizar meus 10 reais que eu gastava em 3 jogos de ps1 nas banquinhas! Meu interesse por descobrir esse mundo surgiu daí e das muitas cópias de Tomb Raider que eu fazia pra mim... heheheh


Conforme fui crescendo, o meu contato com a cultura de games e nerdices foi aumentando - e meu interesse também. Na escola eu era uma curiosa em ascensão, sem entender bem o que eu queria, ia de biologia, passava por história, e chegava até em oceanografia!


Na época do vestibular, decidi que queria cursar robótica. Idealizei a área e decidi investir. Depois de entrar na faculdade, entrei para um grupo de foguetes da UFRJ, no time de eletrônica e instrumentação. Aprendi muita coisa legal, mas também vi que a área de hardware não era pra mim!  Eu amava programar, mas odiava construir e projetar os sistemas eletrônicos…


Refiz meus planos e voltei para a UFRJ, dessa vez, no curso de Ciência da Computação. Pronto, tinha meu norte... mas me vi mais perdida do que nunca! Eu não tinha interesse na área de desenvolvimento back/front-end, que era e ainda é um dos temas mais comentados no mercado para quem está começando na área de tecnologia, mas eu sabia que gostava dos algoritmos e amava matemática.


Depois de traçar meus gostos, procurei entender como alinhar com meus objetivos profissionais. Li e estudei um pouco, e entendi que a área de dados poderia ser um início. Comecei minha carreira profissional como estagiária de ciência de dados em uma startup de crédito, aprendi muito sobre estatística e crédito (logo eu que vivia falando que odiava o mercado financeiro, e detalhe: hoje em dia é um dos meus grandes interesses!).


Nesse estágio, tive a oportunidade de, junto com outros colegas, fundar o time de dados da empresa e estruturar os dados disponíveis de forma a atender às necessidades do negócio com mais eficiência, segurança e disponibilidade. Foi aí que minha história como engenheira de dados começou.


A partir dessa experiência, tive outras oportunidades no campo que me fizeram enxergar diversas possibilidades incríveis no mundo dos dados. Trabalhei em diversos projetos, alguns deles bem generalistas, que também me deram uma boa visão de desenvolvimento de software, padrões de arquitetura e computação em nuvem. Quando enfim decidi que já estava pronta para novos desafios, me candidatei para a BigDataCorp e, hoje, cá estou eu! E o melhor: aqui sempre há bons desafios!


Eu hoje, fico muito feliz por tudo que já construí até chegar na Big. Foram conquistas das quais eu me orgulho muito, mas não foi um caminho fácil. Sempre existiram desafios que iam além do normal da profissão e da vida, desafios que estavam ligados, principalmente, ao meu gênero.


Desde bastante criança eu já enfrentava o machismo e os estigmas ligados aos videogames serem coisas masculinas (tópico esse que se perpetua até hoje muito fortemente e que enfrento em todos os jogos competitivos). Isso criou em mim um medo de me manifestar como mulher, com medo de ser diminuída ou reprimida apenas por ser mulher!


Mais tarde, na graduação também vivi muito o machismo - muitas escancarado, ao entrar numa sala de 40 alunos e apenas eu ser uma aluna mulher, e outras vezes velado, ao ouvir piadinhas de professores e colegas homens de turma sobre eu ser mulher e estar na tecnologia, além de ser descredibilizada  pelas minhas opiniões.


A área de computação é vista como uma área dura para mulheres, não pela sua dificuldade, mas sim porque há poucas de nós na área. Dessa forma, nos sentimos isoladas, sem ter com quem dividir e conversar sobre o peso da nossa formação. Todo esse desafio se estende para o emocional da mulher que trabalha com tecnologia, é um esforço constante em se mostrar suficiente e forte, tentar ser ouvida e se frustrar em não ter com quem dividir essa situação com quem passa algo parecido com você.


Hoje em dia enxergo minhas conquistas com ainda mais carinho, porque os caminhos que eu tracei, e outras mulheres na área também traçaram, não foi linear e simples. Ter continuado nesse caminho me ajudou a entender que eu mereço estar aqui, mas também ajuda a nova geração a entender que nós mulheres também pertencemos a esse lugar.


Ser mulher e trabalhar com computação é um grito para o mundo: somos capazes e merecemos nosso lugar nesse campo - já que também somos grandes fundadoras dele (Ada Lovelace quem o diga!). Apesar de todos os pesares, eu encaro o futuro de forma positiva. Tenho visto os cursos de computação com mais mulheres e muitas empresas buscando de forma ativa construírem ambientes com igualdade de gênero (e salarial) nas áreas de computação. Mas a luta continua.


Por fim, deixo aqui uma frase para nós, mulheres, nos inspirarmos e continuarmos a inspirar outras mulheres:


"Que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância, já que viver é ser livre." - Simone de Beauvoir.

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