No artigo desta semana, Guilherme Menezes, Analista Comercial, compartilha conosco um pouco de sua trajetória sendo uma pessoa pertencente à comunidade LGBTQIAPN+, traz informações relevantes sobre desafios e conquistas e deixa uma reflexão sobre o tema. Boa leitura!
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Falar sobre Orgulho LGBTQIAPN+ tem um significado mais do que especial para mim, principalmente neste momento. Há alguns dias pude exercer meu direito de cidadão ao casamento civil, um ato que vai muito além de uma simples formalização burocrática, mas representa a realização de um sonho, a celebração do amor e a consolidação da minha família, agora respaldada por direitos garantidos perante a lei.
Essa conquista - e muitas outras - só foi possível porque, desde Stonewall, em que após frequentes abordagens violentas de policiais no estabelecimento, cujos frequentadores eram em sua maioria pessoas LGBTQIAPN+, que resolveram se manifestar, dando origem em 28 de junho de 1970 ao Liberation Day, nossa comunidade vem lutando e muitas vezes pagando com a própria vida pelo simples fato de serem quem são. Além disso, a conscientização acerca do tema também impulsionou pessoas de fora da comunidade a prestarem apoio à causa e repúdio à LGBTfobia, o que também foi, e continua sendo, de grande ajuda para todos nós.
Apesar de muitas evoluções e conquistas, temos que considerar, infelizmente, a triste realidade que assombra a nossa comunidade. De acordo com dossiê divulgado pelo ministro dos direitos humanos, Silvio Almeida, e noticiado no UOL no dia 26/01/2023, a América Latina é o local onde mais se mata pessoas LGBTQIAPN+ no mundo. O Brasil, pelo 14º ano seguido, está no topo da lista, onde uma pessoa LGBTQIAPN+ morre a cada 34 horas. Diante das diversas notícias que vemos de discriminação e preconceito e das dificuldades sentidas na pele, sabemos que ainda há um longo caminho para alcançarmos o respeito, aceitação e direitos que qualquer cidadão deveria possuir.
De acordo com matéria publicada pela BBC em 2021, existem 69 países no mundo que têm leis que criminalizam a homossexualidade — quase metade deles está na África. No entanto, em algumas dessas nações, houve movimentos para descriminalizar as uniões do mesmo sexo.
Apesar do Brasil ser um dos países mais nocivos para a comunidade, o Ministério da Justiça e Segurança Pública aprovou em maio deste ano a adoção de procedimento simplificado para análise de pedidos de refúgio de pessoas LGBTQIAPN+ provindas de países que aplicam pena de morte ou prisão para gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Na decisão, o Conare reconhece esta população como grupo social com temor de perseguição, que merece a proteção do estado brasileiro por meio do instituto do refúgio, tal como definido pelo Estatuto Nacional do Refugiado (Lei nº 9.474, de 1997) e na Convenção da Onu para Refugiados, de 1951.
Sou um homem cis, branco, com 36 anos, e entendo que tenho meus privilégios em relação a outros indivíduos da comunidade queer. No entanto, já fui discriminado durante minha trajetória profissional, sendo desconsiderado para ocupar cargos estratégicos, pois os “valores da empresa” não se alinhavam com os meus princípios de vida.
Nunca me dei por vencido. Além de ter uma família incrível que sempre me apoiou e me respeitou, o que nem sempre se traduz como padrão, também conquistei meu lugar ao sol aqui na BigDataCorp. Desde o processo seletivo até os dias de hoje tudo correu de maneira linear e com muito respeito, sem que eu precisasse abrir mão de ser eu mesmo.
Fico muito grato por fazer parte de um time de pessoas incríveis, talentosas e plurais, onde interajo, aprendo e compartilho minhas conquistas e vivências. Isso influencia diretamente na minha autoestima e me deixa muito mais a vontade e seguro para seguir com minhas atividades e evoluir, tanto como pessoa quanto profissionalmente, sem abrir mão da minha natureza.
Continuarei na luta por uma sociedade com menos ódio e mais amor, onde todos possamos ser quem somos sem medo, em que não haja discriminações ou preconceitos e exercendo nosso papel como cidadão. Neste dia do Orgulho LGBTQIAPN+, desejo que todos possamos ser felizes e que não precisemos utilizar máscaras para sermos aceitos do jeito que somos.
Compartilhe informação, apoie à causa, repreenda atos discriminatórios e dissemine o amor, pois só assim teremos equidade e paz para vivermos plenamente nossas vidas!
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É sempre bom ler o relato de uma pessoas da comunidade lgbtqia+ ' falando das suas conquistas e o mais importante, de como a instituição pra qual ela trabalha não dificultou esse caminho de crescimento pessoal e profissional. Embora saibamos que ainda temos muito a conquistar, principalmente para outros grupos da comunidade que sofrem com a rejeição no seu sentido mais amplo da sociedade, é sempre um deleite e um alívio ver uma pessoa lgbtqia+ dando seu relato e testemunho de conquista e vitória.
Sou casado com essa pessoa maravilhosa e só tenho coisas boas a dizer. Tudo que ele se presta a fazer é com muito zelo e carinho. Agradeço a Deus todos os dias por ter vc não minha vida. Te amo demais e que vc cresça cada vez mais. Te amo
Gui, celebro com você as tuas vitórias, pois conheço um pouco da tua história e sei que você se esforçou demais e venceu e está vencendo a cada dia. Eu te admiro demais, não só por ser esse ser humano disposto a conversar, ajudar e a deixar qualquer ambiente alegre e cheio de vida e cores. Infelizmente, os dados que você nos apresentou ainda me asusta, posto que são 14 anos que o Brasil ainda é o país que mais destrói vidas lgbtqiapn+. Esse tempo é a vida de um adolescente que por vezes é ensinado a destratar, conduzido a discriminar e a rechaçar pessoas da comunidade. Porém, sigamos com altivez, de cabeças erguidas, já tivemos lutas gigantes e podemos…
É incrível como a evolução humana se torna tão pobre diante de um assunto tão sério como esse...estamos falando de vidas, de respeito pelo próximo, de direitos, de livre arbítrio...enfim...de seres humanos...esquecemos que o que nos difere por fora nos torna iguais por dentro....a forma é a mesma e a beleza disso é que somos únicos e que fazemos a diferença para a nossa família...os nossos amigos....no nosso trabalho...na vida de uma forma geral.
Não somos materias expostos em prateleiras, rotulados, com preço e ao dispor de quem queira...NÃO...somos amor, sonhos, sentimentos, desejos, esforços, limites, vícios, defeitos, expectativas...e a única coisa que precisamos e que os outros a nossa volta simplesmente respeitem e sigam com suas vidas...é simples...ninguém aqui quer…