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BigDelasCorp - Mady Araguez

No artigo desta semana, Mady Araguez, Gerente Financeiro, nos traz um pouco de sua história, sua visão como mulher - mãe, esposa e profissional - e deixa sua mensagem de força, garra e muito aprendizado que juntou ao longo da vida. Boa leitura!



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Sempre senti de perto o preconceito de pessoas, de diferentes gêneros e idades, por ter escolhido ser mãe, esposa e profissional - tudo ao mesmo tempo.


Comecei minha trajetória no mercado de trabalho como atendente comercial via telefone. Até chegar onde estou, passei por muitas áreas e funções: artes plásticas, arquitetura, design de interfaces gráficas, administração de duas associações de moradores (uma delas com mais de 5.000 pessoas). Pude transitar em mundos diversos, mas com questões bem semelhantes.


Apesar da melhora exponencial desde que comecei a trabalhar, em 1973, as dificuldades para mulheres seguem vindo, agora com novos contornos. Esta continua sendo uma batalha constante, travada diariamente, para permitir que quem vem a seguir seja reconhecida como pessoa, parte da sociedade, sem diferenças ou qualquer tipo de discriminação.


Mesmo com o movimento hippie, a pílula anticoncepcional, e o feminismo, querer formar uma família, e ainda por cima trabalhar, era incomum aqui no Brasil. Imaginem que somente em 1962 foi criada uma lei que permitia que mulheres casadas trabalhassem sem precisar da autorização do marido. Foi só em 1974 que permitiram que mulheres tivessem cartão de crédito. O que me levou a continuar - a despeito das discriminações, do assédio, e da diferença de oportunidades (sim, vivi tudo isso) - foi procurar ouvir, conhecer e me inspirar em histórias de mulheres maravilhosas, guerreiras, de vanguarda, que me mostraram que valia a pena seguir tentando. Tive a chance de conhecer minhas duas avós, que por coincidência nasceram no ano de 1903. Eram imigrantes, sempre trabalharam e se transformaram em grandes exemplos para mim.


Entendo que condições econômicas, sociais e familiares são fatores importantes, e, por si só, impactam nas condições oferecidas à mulher, mas isso é somente um facilitador. Ter a convicção de que você é igual, parte de um todo, com as mesmas oportunidades, é o mais importante. No meu primeiro vestibular, não passei. Assim que me formei, fui dispensada do estágio. Na minha primeira exposição só vendi uma gravura, mas não desisti do trabalho nem de construir minha família. Quando fui mãe (tive dois meninos) comecei a pensar em alternativas para não criar pré-conceitos dentro de casa. Junto com meu companheiro, decidimos que a melhor abordagem seria o exemplo, mostrar, sem impor, que podemos ser iguais. Começamos, então, a dar tarefas e responsabilidades para cada um dentro de casa. Para nós, o conjunto destas pequenas atitudes, foi derrubando a linha de "quem faz o que", criando o "todos podem tudo". Hoje vejo meus filhos dividindo tudo em suas famílias e vejo minha neta subindo na escadinha para ajudar a lavar a louça ou cortar legumes. É a continuação dos pequenos atos.


Dia 8 de março é o dia da mulher, mais um pré-conceito! Acredito que não precisamos de um dia, precisamos de igualdade! Somos pessoas antes de tudo, e apesar de não ter escrito exatamente sobre as dificuldades que enfrentei, posso afirmar que elas não são o mais importante.


Essa reflexão me fez lembrar da música "A Estrada" do Cidade Negra. Deixo aqui um trecho para vocês:


Você não sabe quanto eu caminhei

Prá chegar até aqui

Percorri milhas e milhas antes de dormir

Eu não cochilei

Os mais belos montes escalei

Nas noites de frio chorei


Felicitações a todas nós, mulheres guerreiras!



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