No artigo desta semana, Daniele Santos, Arquiteta de Soluções, nos conta sobre sua jornada como estudante de tecnologia, mãe e profissional, como conciliou as três funções e deu a volta por cima dos desafios e obstáculos que muitas vezes foram impostos. Boa leitura!
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Olá, pessoal! Sou a Dani e vou contar um pouco sobre minha jornada como mulher, mãe, estudante e profissional da área de TI. Tenho 34 anos, moro no interior de São Paulo, estou cursando Ciência de Dados no Mackenzie, tenho duas filhas incríveis (uma delas já está maior do que eu rsrs) e dois filhos lindos que vieram de presente com meu segundo marido.
Atuo como Arquiteta de Soluções na BigDataCorp há quase 1 ano e meio, mas minha saga no universo de Tecnologia é de longa data. Tudo começou nas tardes quentes de Sorocaba, interior de SP. O ano era 2004 e eu cursava o Ensino Médio de manhã e o Técnico de Turismo à tarde, enquanto alguns amigos meus faziam o Técnico de Informática.
Na época eu achava que, por ser bastante comunicativa, Turismo seria o curso que se aplicaria a mim - e não podia estar mais enganada. Fui picada pelo mosquitinho da TI e, quando vi, estava matando minhas aulas de turismo para assistir às de informática. Percebendo que estava no curso errado, juntei dinheiro, fiz o vestibulinho (escondido dos meus pais) e passei! E foi nesse momento que minha história de amor – e muitos desafios – começou. Tive meu primeiro contato com conceitos de lógica e algumas linguagens de programação, como Pascal e VB (o que evidencia ainda mais minha idade, fora o fato de salvarmos nossas atividades em disquetes). Lembro-me de ser uma das poucas garotas da sala, e a única que seguiu carreira.
Em 2011, já cursando Engenharia de Computação, fui uma das três alunas de uma sala com mais de 100 pessoas; mas, mais do que isso, eu era a única mãe da Universidade – se o sistema de ensino, bem como o mercado de trabalho, muitas vezes não está preparado para acolher mulheres com duplas jornadas, imagine mães.
Minha primeira oportunidade na área de Tecnologia veio ainda no início da faculdade. Após as primeiras provas, um de meus professores viu potencial em mim e me chamou para trabalhar em sua empresa como estagiária de programação – nela, éramos somente eu e mais uma garota em um time de quase 30 programadores.
Entre idas e vindas, gravidez não planejada no meio do caminho e diversos percalços, acabei tendo que parar com o trabalho e os estudos, pois não tinha rede de apoio e não consegui creche para minha bebê. Quando voltei a trabalhar e a estudar, já não era mais a única mulher do grupo – o que me deixou imensamente feliz! Na faculdade, estávamos em 6 de uma turma de 50 pessoas e, na empresa, em mais de 8 de um time de 40 pessoas. Isso já era uma grande vitória!
Durante minha jornada no universo da TI, passei por diversas situações constrangedoras, momentos em que não fui ouvida ou fui considerada histérica/exagerada ao ser mais firme nas solicitações. Na empresa para a qual trabalhei antes de entrar na BigDataCorp, comecei como desenvolvedora de nível júnior e evoluí minha carreira até líder técnica, gerenciando os times de desenvolvimento e de gestão de conteúdo de nosso chatbot com I.A. embarcada, realizando reuniões de alinhamento, definição de escopo e entregáveis com os clientes, além de reportar diretamente para a alta gestão. Após isso, passei a atuar de ponta a ponta no processo de vendas, o que me levou a assumir a posição de Arquiteta de Soluções, sendo responsável por estruturar essa área.
Dei muita sorte pois, nos times aos quais fui gestora, não passei por nenhuma situação de preconceito de gênero - sempre fui bastante ouvida e respeitada. Porém, não posso dizer o mesmo referente aos clientes e alguns chefes que, de forma velada, mostraram não confiar altos cargos, decisões importantes ou mesmo explicações mais técnicas se vindas de mulheres, utilizando palavras em forma de brincadeiras como “também, é uma garota”, “gostaria de alguém mais técnico na reunião” ou “deve estar naqueles dias”.
Quando a pandemia estourou, mudando a forma como nos relacionamos com o trabalho e com as demais áreas de nossas vidas, eu passava o dia todo fora, entre faculdade e trabalho. Até então, minhas filhas precisavam ficar em período integral na escola para que eu pudesse trabalhar – e meu emprego precisava ser, obrigatoriamente, na mesma cidade em que morávamos. Mas essa realidade foi chacoalhada com a pandemia, nos obrigando a trabalhar de casa e fazendo com que nossa vida pessoal e profissional se misturasse.
Passamos a trabalhar mais (e melhor!) e a precisar aprender a conciliar as demandas do trabalho e da vida pessoal em um mesmo ambiente, ao mesmo tempo em que lidávamos com as inseguranças trazidas pela pandemia. E esse modelo de trabalho, que antes era uma regalia reservada para poucos profissionais gozarem vez por outra, passou a ter nome: home office.
A possibilidade de trabalhar para empresas de qualquer lugar do mundo sem sair de casa expandiu horizontes e trouxe um mundo de novas possibilidades, em especial para mulheres e mães. Além de poder passar mais tempo com minha família, estender uma roupa, dourar um alho, passar um café ou mesmo fazer um cafuné nas crianças entre as reuniões e demandas, me permitiu viver algo que eu jamais imaginei: trabalhar para a maior datatech da América Latina.
A BigDataCorp, ao adotar o modelo Remote First, me concedeu – e a dezenas de profissionais espalhados pelo país e pelo mundo – a oportunidade de melhorar de vida, ampliar os horizontes, crescer na carreira, conhecer gente nova e fazer parte de um dos times mais competentes com os quais tive o privilégio de trabalhar.
Eu, como neta de um analfabeto que sempre me disse “estude, minha filha, porque a pessoa sem estudo não é nada”, poder conviver com tanta gente inteligentíssima em diversas áreas de atuação, aprender muita coisa nova a cada interação, sair pela primeira vez do estado, andar pela primeira vez de avião (...) é um privilégio de marejar os olhos e embargar a voz toda vez em que paro para pensar.
Hoje, atuo em um time e em uma empresa que me valoriza pelo que sou, que me respeita como indivíduo, que realmente é inclusiva e trabalha constantemente para ampliar os espaços, não só das mulheres, mas de todos. Trabalhar na BDC é ser respeitado pelo que se é.
Fico muito feliz ao olhar para trás e ver que o mundo da tecnologia, ao menos nesses últimos 20 anos, mudou bastante e passou a ter mais espaço para nós. Sei que estamos muito longe do ideal, mas estarmos progredindo me enche o coração de esperança. Quero ver cada vez mais meninas e mulheres se apropriando dos espaços, tendo a certeza de que são inteligentes e capazes, sim – e de que o universo da Tecnologia não é só para “meninos inteligentes”. Espero que minha história possa inspirar e incentivar muitas mulheres que, por vezes, se pegaram pensando “Será que isso é para mim?”. Pois estou aqui para dizer: é sim!
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